7.3.15

Capitulo 15 - Amor Sem Limites

Oiii! Sempre esqueço de postar aqui. Me desculpem, voltou minhas aulas e eu tenho que estar bem focada nos estudos pq eu não posso perder em nenhuma disciplina. Então me desculpem se eu ficar sumida tanto aqui, tanto no outro blog. Ah falando do outro blog, eu postei um capitulo dia 28/02 caso vcs não tenham visto.  Beijooos ♥


DEMI

Bethy me deu um beijo no rosto e tirou algo que estava escondido atrás das costas.

Estendeu para mim um pequeno pacote prateado com a conhecida letra de Joe no bilhete.

– Joe queria que você tivesse algo antigo, para dar sorte – explicou.

Eu não havia pensado em nada daquilo. Havia me esquecido das tradições. Sorrindo, peguei o pacote e o abri. Dentro havia um anel de prata com uma pérola que parecia muito caro. Era elegante, com uma gravação. Levantei-a para ler o que dizia. Era “Meu amor”. A gravação também era velha. Não era algo que Joe tivesse mandado fazer.

Um bilhetinho estava enfiado ao lado do anel. Peguei-o e abri.

Demi,

Este anel era da minha avó, mãe do meu pai. Ela veio me visitar antes de falecer. Tenho boas lembranças de suas visitas e, quando ela morreu, deixou este anel para mim. Em seu testamento, disse que eu deveria dá-lo à mulher que me completasse. Ela contou que o anel foi dado a ela pelo meu avô, que morreu quando meu pai era apenas um bebê, mas que ela nunca amaria outro homem da forma como o amou. Ele estava em seu coração. Você é minha. Isto é a sua coisa antiga.

Amo você. Joe

Eu estava chorando – e Bethy também. Olhei para ela, ao meu lado, lendo o bilhete.

– Caramba, quem diria que Joe Jonas podia ser tão romântico – comentou ela, fungando.

Eu sabia. Ele me demonstrara isso mais de uma vez. Pus o anel no dedo, na mão direita, e serviu perfeitamente. Imaginei que não se tratasse de coincidência. Sorri e olhei para Bethy.

– Obrigada por tudo – falei.

Ela me abraçou e fez que sim com a cabeça.

– Eu é que deveria agradecer. Você é a melhor amiga que já tive. – Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, ela saiu do quarto dando um último aceno.

Virei para me examinar no espelho. O vestido de cetim pérola sem alças se mantinha no lugar graças a meus peitos de grávida. A linha alta da cintura, marcada logo abaixo dos seios, era coberta por centenas de pérolas minúsculas. Sobre o cetim havia uma camada de chiffon que caía solto em forma de trapézio, até alguns centímetros acima dos joelhos. Eu havia decidido ficar descalça, já que iria caminhar pela areia. Pintara as unhas dos pés de um rosa clarinho para combinar com as pétalas de rosa espalhadas pelo chão.

Uma batida à porta me assustou, e eu me virei e vi Harlow entrar no quarto. Ela segurava uma caixinha pequena.

– Você parece uma princesa – disse, sorrindo.

– Obrigada – respondi. Estava me sentindo assim mesmo.

– Tenho uma coisa do Joe. Ele queria que você tivesse algo novo, para dar sorte – disse ela, entregando o presente. – Eu sairia, mas acho que vai precisar da minha ajuda.

Peguei a caixinha e a abri rapidamente, empolgada para ver o que ele havia mandado para mim desta vez. Dentro da caixa havia uma delicada corrente de ouro com vários diamantes cortados exatamente no formato do meu anel, só que muito menores. Levantei a tornozeleira, e o sol que entrava pelas janelas dançou no quarto, refletido pelos diamantes.

– Eu coloco em você – ofereceu Harlow, e lhe entreguei a corrente, que ela prendeu em meu tornozelo.

Eu comentara com Joe que seria bom ter algo nos pés, mas que não conseguia me imaginar caminhando de sapatos na areia. Aquela era a resposta dele. Sorri e agradeci a Harlow.

– De nada. Ficou linda em você – disse ela antes de sair do quarto tão silenciosamente quanto entrara.

Enquanto admirava meu tornozelo no espelho, ouvi mais uma batida à porta. Um rosto familiar que eu não esperava de forma alguma sorriu para mim, e eu me apressei para abraçar Vovó Q. Eu não a havia convidado porque cara preocupada com que Joe não gostasse da presença de Cain. Eu sabia que seria ele quem traria a avó, e não poderia convidá-lo também. Senti meus olhos se encherem de lágrimas quando ela me abraçou.

– Não acredito que a senhora esteja aqui. Não acredito que tenha dirigido até aqui – disparei.

Ela deu um tapinha nas minhas costas e riu.

– Bem, eu não vim dirigindo. Seu noivo mandou passagens de avião para mim e para Cain. Primeira classe. Nunca fui tão mimada na vida. Uma experiência e tanto, vou lhe dizer.

Se eu já não amasse Joe Jonas com cada célula do meu corpo, eu o amaria ainda mais por isso. Mas ele já me tinha por inteiro.

– Agora não comece a chorar, para não estragar essa maquiagem. Você está parecendo sua mãe. Está igualzinha a ela. Não acho que seu pai poderia estar mais feliz do que está agora. Eu não vim aqui para fazê-la chorar. Estou aqui para lhe dar uma coisa do Joe. Ele queria que você usasse algo emprestado, para dar sorte.

Não consegui evitar o sorriso bobo no rosto. Ele estava me mandando mais um presente. Ela me entregou um embrulho igual ao que Harlow levara. Peguei-o e o abri rapidamente.

Aninhado numa caixinha de cetim, havia um bilhetinho. Peguei-o e, embaixo dele, havia um retalho de cetim cor-de-rosa antigo. Estava muito gasto, e evidentemente havia sido cortado de alguma outra coisa. Abri o bilhete.

Demi,

Esperei até hoje para lhe mostrar isso. Não foi fácil não dizer nada a respeito. Mas quando me lembrei de quem sua mãe era, também me lembrei deste pedaço de cetim. Eu havia me esquecido de onde ele viera fazia muito tempo, mas sabia que era especial, por isso o guardava comigo. O tempo todo. Quando era menino e me sentia assustado ou sozinho, eu o segurava nas mãos e esfregava em meu rosto. Era um segredo que eu não queria que ninguém descobrisse. Mas ele me tranquilizava. Quando seu pai me lembrou das panquecas de Mickey Mouse, todas as minhas recordações de sua mãe voltaram. Então me lembrei do dia em que ganhei este pedaço de cetim.

Sua mãe sempre usava um pijama de cetim cor-de-rosa para dormir. Ela costumava me ninar, porque era difícil eu me acalmar tempo suficiente para fechar os olhos. Eu adorava quando ela me abraçava. Minha própria mãe nunca fazia isso. Eu ia dormir à noite esfregando o nariz no braço dela e no pijama de cetim cor-de-rosa. Lembro que fiquei assustado no dia que ela foi embora. Eu não queria ficar com Georgianna. Sua mãe me abraçou com força e então enfiou nas minhas mãos este pedaço de cetim cortado do pijama dela, dizendo para usá-lo à noite quando eu fosse para a cama.

Eu adoraria dizer que essa lembrança voltou a mim sozinha, mas não foi o que aconteceu. Eu só sabia que o tecido tinha a ver com a mulher que fazia as panquecas para mim. Então perguntei a seu pai. Ele me contou a história, e me dei conta de que o sonho recorrente que eu tinha quando criança sobre a mulher de pijama de cetim cor-de-rosa era real. Não era um sonho.

É algo meu (a menos que você realmente queira, então será seu). Esta é a sua coisa emprestada.

Amo você. Joe

– Espero que não esteja usando muita maquiagem, porque, se estiver, acabou de tirar metade dela com essas lágrimas – murmurou Vovó Q.

Sorri, aceitei o lenço que ela estava estendendo para mim e sequei as lágrimas do meu rosto. Para desgosto de Bethy, eu não estava usando muita maquiagem. E, por sorte, o rímel era à prova d'água. Levei o cetim ao meu rosto e pensei na minha querida mãezinha deixando aquilo para Joe. Então dobrei o retalho e o enfiei no sutiã tomara que caia.

Guardei o bilhete na cômoda. Queria guardar aquilo também. Para sempre.

– Bem, preciso descer e pegar meu lugar. Vejo você em breve – disse Vovó Q, que me jogou um beijo e saiu.

Fui até o espelho para conferir a maquiagem. Veio outra batida rápida à porta. Meu pai entrou no quarto com um sorriso no rosto.

– Você é a mulher mais linda que eu já vi. Aquele cara lá embaixo é um sujeito de muita

sorte. É bom que ele não se esqueça disso.

– Obrigada, papai – respondi.

Ele enfiou a mão no bolso e tirou mais uma caixinha de presente, parecida com as que os outros haviam me levado.

– Trouxe algo de Joe para você. Ele queria que você tivesse algo azul, para dar sorte.

Eu não consegui tirar o sorriso bobo do rosto. Já havia imaginado que era por isso que ele estava ali. Papai me entregou a caixinha.

– Vou ficar. Você vai precisar da minha ajuda.

Abri a caixa, empolgada por ganhar mais uma coisa do Joe. Uma delicada corrente de ouro que combinava com a tornozeleira que ele havia me mandado estava aninhada no cetim. Eu a tirei da caixa e vi que tinha como pingente um topázio em forma de lágrima. Peguei o bilhete rapidamente e desdobrei.

Demi,

Esta lágrima representa muitas coisas. As lágrimas que sei que você derramou segurando o retalho de cetim da sua mãe. As lágrimas que derramou pelas perdas que sofreu. Mas também representa as lágrimas que nós dois derramamos quando sentimos uma pequena vida começar a se mexer dentro de você. As lágrimas que derramei por ganhar mais alguém como você para amar. Nunca imaginei que pudesse existir alguém como você, Demi. Toda vez que penso no futuro, fico emocionado por saber que você me escolheu para estar sempre ao seu lado.

Esta é a sua coisa azul.

Amo você. Joe

Sequei mais uma lágrima e ri. Ele tinha razão. Ambos havíamos derramado lágrimas de tristeza e de felicidade. Eu queria essa lembrança dos dois tipos de lágrimas comigo quando disséssemos nossos votos mais tarde.

Meu pai pegou a corrente das minhas mãos e a pôs em meu pescoço. Eu a arrumei para que casse encostada em meu peito. Eu estava pronta. Ele cuidara para que eu tivesse algo antigo, algo novo, algo emprestado e algo azul.

– Está na hora de descermos – disse meu pai, e abriu a porta. Fui atrás dele, que então me guiou escada abaixo e porta afora. Eu iria passar por baixo da casa e sair por um arco de rosas cor-de-rosa e luzinhas brancas.

De braço dado com o meu pai, deixei que ele me conduzisse.

JOE

Eu havia cado esperando ao pé da escada até que cada pessoa descesse depois de entregar

os presentes que eu havia enviado. Quando o pai dela subiu, percebi que não podia mais ficar ali. Tinha que sair. Queria ter sido eu mesmo a levar os presentes, mas ela havia sido irredutível quanto a eu não vê-la pronta antes da cerimônia.

Parado embaixo da pérgola coberta de hera e rosas brancas na areia entre a minha casa e o golfo, esperei com o pastor de um lado e Grant do outro.

– Está nervoso? – perguntou Grant.

– Com medo de ela decidir não subir ao altar? Sim – respondi.

Grant riu e balançou a cabeça.

– Não foi isso que eu quis dizer.

– Um dia você vai entender. E, quando isso acontecer, eu vou morrer de tanto rir.

– Não há a menor chance de isso acontecer – respondeu ele.

Bethy apareceu embaixo das rosas cor-de-rosa, o que significava que Demi esperava atrás dela. Peguei o microfone sem o escondido que pedira ao cara do som que deixasse estrategicamente instalado para mim e o pus na lapela. Então peguei meu violão de trás das ores. Fazia anos que ninguém me via tocar. Podia até imaginar o que estava passando pelas cabeças deles. Apenas meu pai sabia o que estava acontecendo, porque ele havia me ajudado com os acordes.

– O que você está fazendo? – sussurrou Grant. A descrença na voz dele ao descobrir a resposta sozinho ficou evidente. Não precisei dizer a ele. Assim que Bethy se posicionou, eu me pus na frente do pastor e olhei para o corredor. Quando Demi aparecesse, a música iria começar. Eu havia repassado tudo cuidadosamente com a equipe de som.

Quando ela deu um passo adiante de braços dados com o pai, seus olhos se fixaram nos meus e se arregalaram de surpresa. Ela planejara subir ao altar ao som de I Won’t Give up , de Jason Mraz. Mas eu não queria outro homem cantando para ela. Não hoje. Queria que ela viesse para mim comigo cantando os versos escritos especialmente para quando ela subisse ao altar para me presentear com meu mundo.

– Bem, hã, eu nunca fui muito de cantar... bem, você sabe, na frente de muita gente... mas achei que depois de tudo o que passamos... este seria um bom momento para dizer o que eu sempre quis. Demi, eu amo você... até a lua, ida e volta. – Fiquei olhando para ela, que me encarava, paralisada. Tudo em volta desapareceu; eu só via Demi.

Quando você olhou para mim pela primeira vez

Eu me esqueci de respirar

Aquele instante marcou meu coração endurecido

Eu prometi nunca me afastar.

E o toque da sua pele curou algo dentro de mim

Que me deixou querendo mais de você

Quanto menos eu tinha, mais o desejo crescia

Ah, eu não consegui deixar de cair de amor por você

Então estou aqui agora, sabe, garota

Depois de tudo o que enfrentamos, não poderíamos deixar passar

E, enquanto eu viver, vou olhar nos seus olhos abraçando-a junto a mim

Jurarei solenemente que caí de amor, sem limites

Caí de amor, sem limites,

Sem limites por você sem limites

Por você, por você

Quando finalmente encontrei você

Encontrei a mim mesmo não me esquecerei tão cedo daquele dia

O motivo de tudo

Vou lhe dar meu nome nada na vida será igual

A história agora está completa

Nossa vida e nosso amor são tudo de que precisamos

Porque não consegui deixar de cair de amor

Cair de amor por você

Então estou aqui agora, sabe, garota

Depois de tudo o que enfrentamos, não poderíamos deixar passar

E, enquanto eu viver, vou olhar nos seus olhos abraçando-a junto a mim

Jurarei solenemente que caí de amor, sem limites

Caí de amor, sem limites, sem limites por você

Sem limites por você

Por você

Meu coração está batendo implorando por você

Esta noite será a realização de um sonho então caia, caia, caia nos meus braços

Então estou aqui agora, sabe, garota

Depois de tudo o que enfrentamos, não poderíamos deixar passar

Porque caí de amor, sem limites

Caí de amor, sem limites

Caí de amor, sem limites

Sem limites por você, yeah

Por você...”

Quando toquei o último verso, tirei rapidamente a alça do violão do pescoço e o entreguei a Grant. Demi não esperou nenhuma orientação do pastor antes de se atirar em meus braços soluçando.

– Que lindo – disse ela, encostada em meu peito.

– Não tão lindo quanto você – respondi, segurando-a forte.

Ela deu uma risadinha.

– Eu não sabia que você sabia fazer isso – disse ela, afastando-se um pouco para olhar para mim.

– Sou cheio de surpresas emocionantes – garanti, dando uma piscadela.

– Muito bem, vocês dois. Deixe-me dar a mão da garota primeiro – disse Abe, pegando o braço de Demi e puxando-a de volta para o lado dele, com um sorriso divertido nos lábios.

Abe beijou o rosto da filha e olhou para mim.

– Eu lhe diria quanto ela é especial, mas você já sabe. E o fato de saber é o único motivo pelo qual eu posso entregá-la a você. Pedi que você fosse o homem que não pude ser e você atendeu meu pedido. Não por mim, mas por ela. Eu não poderia sentir mais orgulho da mulher que ela se tornou e do homem com quem ela escolheu passar o resto da vida. – Ele pegou a mão de Demi e a pôs na minha. Então virou-se para sentar em seu lugar.

Encaixei a mão dela em meu braço ao nos virarmos de frente para o pastor. Ela deu um pulinho ao meu lado e olhou para a barriga com um sorriso. Passei o braço ao redor de sua cintura e pus a mão em sua barriga enquanto nosso filho se mexia. Aquilo era meu.




HARLOW

(Sim, você leu certo de novo.)

Pude senti-lo olhando para mim de novo. Desejei que parasse com aquilo. Desde que ele

saíra pisando fundo e xingando e me deixara em meu esconderijo na festa do ensaio do casamento, tudo o que fazia era me encarar. Eu detestava que me encarassem. Estava pronta para ir embora, mas sabia que Dean estava se divertindo. Tentaria conseguir um voo mais cedo. Não queria ficar até o dia seguinte.

Cruzei as pernas de novo e fiquei olhando para as minhas mãos. Ninguém viera conversar comigo, e eu não podia culpá-los. Eu era chata. Nunca sabia o que dizer. Tinha medo de falar o que quer que fosse. Sempre tive. Aprendi que era melhor ficar quieta do que dizer bobagens.

Era mais fácil passar despercebida quando caras com a aparência de Grant Carter não cavam me encarando. Não conseguia entender por que ele estava me encarando. Que doideira. Eu sabia por que ele estava chateado. Quando somos quietos, as pessoas se esquecem da nossa presença e falam sobre coisas na nossa frente que não são da nossa conta. Ouvi Nan conversando ao telefone com Grant diversas vezes. Eu também sabia que, por mais que Joe fosse um cara legal, seu quase irmão não era. Qualquer cara que namorasse alguém como Nan devia ser igualmente ruim da cabeça.

Eu só queria que ele não fosse tão absurdamente gostoso. Isso era algo que eu deveria ter esperado. Nan era espetacular e, embora fosse louca, atraía todos os homens. Qualquer cara com quem ela houvesse tido um relacionamento precisava ser tão lindo quanto ela. E, minha nossa, como ele era gato. Muito. Mesmo os cabelos compridos presos atrás das orelhas eram atraentes. Aqueles olhos azuis eram muito intensos.

Bastaram duas palavras dele para eu me perder completamente. O que não era nada difícil de acontecer. Eu fazia isso com frequência. A cadeira do lado da minha raspou no chão, e eu ergui o olhar para ver Grant sentando bem perto de mim. Nada bom. Totalmente ruim. Qual era a dele?

– Desculpe por ontem à noite – disparou para mim. Fiquei tensa e só consegui acenar com a cabeça.

Tudo bem, ele estava pedindo desculpas. Ótimo. Agora podia ir embora e parar de olhar para mim.

– Vamos lá, Harlow, diga alguma coisa. Me dê algo mais do que um aceno de cabeça –

disse ele, parecendo exasperado.

Eu não sabia ao certo por que o deixara assim. Não tinha feito nada para ele. Havia tentado me manter longe dele e ignorar seus olhares constantes. Mesmo durante a cerimônia, ele havia me localizado em meio aos demais convidados e não desviara o olhar de mim o tempo todo.

– É só comigo ou você não fala com ninguém? Não a vi conversando com os outros convidados.

Embora eu não gostasse dele e certamente não aprovasse seu gosto para mulheres, também não queria que ele pensasse que eu era uma idiota. Ele contaria a Nan, e ela teria mais uma coisa para tirar sarro de mim.

– Não sou boa no meio de muita gente – expliquei.

Ele pareceu relaxar um pouco quando falei.

– Este povo é opressivo. Não dá para culpá-la.

Forcei um sorriso. Não foi um sorriso largo, mas foi o melhor que eu consegui. Não sabia fingir direito. Nunca soube.

– Você não gosta de mim, não é? – Ele obviamente também era bastante observador.

Eu poderia mentir para ser educada. Minha avó havia me ensinado que, quando não se tinha nada de bom a dizer, era melhor não dizer nada.

– Eu não gosto de Nan – respondi sinceramente. Não foi educado da minha parte, mas era verdade.

Em vez de ficar na defensiva, Grant explodiu numa gargalhada. Não foi uma risada divertida, mas uma gargalhada de verdade, como se eu fosse uma ótima comediante. Fiquei olhando para ele e o odiei ainda mais por ficar atraente dando risada. Não era justo. Eu não queria pensar que qualquer coisa nele fosse atraente.

– Desculpe – disse ele, secando os olhos e sorrindo para mim. – Mas não era o que eu esperava ouvir dessa sua boquinha doce. Caramba, como foi engraçado.

Eu não achei nem um pouco engraçado. Será que ele tinha achado que era brincadeira?

– Não acho que você seja a única, linda. A maioria das pessoas concordaria com você.

Principalmente as pessoas que vieram a este casamento.

Fiquei quieta. Ele obviamente gostava dela.

– Como você não vai dizer mais nada, vou deduzir que você não está falando comigo porque namorei Nan e você não gosta dela.

Dei de ombros. Não exatamente. Era mais do que isso. Dizer a verdade para ele seria outra grosseria, e eu não queria ser mal-educada. Mas as opções eram ser mal-educada ou deixá-lo pensar que eu era muda. Não queria que ele tirasse sarro de mim com Nan. Já suportava muita coisa dela.

– Qualquer um que namore Nan não pode ter quaisquer qualidades que compensem isso. Ou quaisquer qualidades que eu estaria interessada em conhecer melhor. Não gosto de perder meu tempo com quem eu nunca mais voltarei a falar. – Aquilo saiu mais duro do que

eu queria. Maldita sinceridade.

Grant se encolheu. Eu estava sendo uma escrota. Eu acusava Nan de ser escrota, e estava me comportando tão mal quanto ela. Eu não podia fazer isso. Não queria ser daquele jeito.

– Olhe, isso não saiu direito. Desculpe. O que eu quis dizer é que não gosto de Nan. Nem um pouco. Não consigo entender por que alguém que não seja parente dela sequer a suportaria. O fato de que você não apenas a suportava, como a namorava me leva a acreditar que nós dois jamais seríamos amigos. Desculpe. Não quero parecer escrota; sou uma pessoa legal. Só que tento me manter longe de pessoas más. Nan é pura maldade, o que me leva a crer que você seja ruim também. Pessoas más andam juntas.

Parei de falar, porque estava piorando as coisas. Levantei com um sorriso constrangido – que desta vez não precisou ser forçado, porque eu realmente estava me sentindo mal por ter dito tudo aquilo. Eu tendia a fazer isso quando falava demais. Antes que ele pudesse dizer qualquer outra coisa, eu me mandei. Ia me despedir de Joe e Demi e seguiria para o aeroporto para tentar pegar um voo mais cedo. Passaria a noite lá, se fosse preciso. Pelo menos assim Grant Carter não conseguiria me encontrar.

6 comentários:

  1. Capítulo perfeito!!!!!!!! E o Joe cada vez mais fofo.

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  2. Sinto que está no finalne bateu uma tristeza, necessito de um Joe desses para mim, eu chorei o capitulo inteiro.
    Harlow minha terceira personagem favorita, talvez quarta pois amo o Dean.. Morrir de rir com ela e Grant..
    Posta logo amor
    Sam, xx

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  3. Que episódio mais lindo :) Joe revelou-se um verdadeiro romântico e demonstrou que apesar de todas as adversidades que passaram, que vale a pena lutar pelo amor deles :)
    Espero que nada atrapalhe a felicidade deles!!!
    Adoro a Harlow com o Grant, talvez ele ganhe juízo e trate a Harlow como ela merece, acho que eles fariam um lindo casal :)
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  4. Que episódio mais lindo :) Joe revelou-se um verdadeiro romântico e eles demonstrou que apesar de todas as adversidades, que vale a pena lutar pelo amor que eles sentem um pelo outro :) Espero que nada estrague a felicidade deles!!!
    Adorei a Harlow e o Grant, espero que ele ganhe juízo e trate a Harlow como ela merece, acho que eles fariam um lindo casal :)
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