12.4.15

Sonho Realizado - Capitulo 11

As semanas que se seguiram foram muito cansativas para Demi, enquanto tentava se adequar a uma espécie de pro­gramação que fosse adequada tanto para ela quanto para Emily. A única pessoa com quem ela poderia contar quando suas forças chegavam ao limite da exaustão era Joe. Ele sempre estava por perto quando ela precisava tirar um cochicho ou tomar um banho. Seu único tempo livre acontecia quando já era tarde da noite. Mesmo assim, Demi sabia que se precisasse dele, bastaria ligar. Uma semana depois do nas­cimento de Emily, os pais de Demi foram conhecer a neta. Eles se hospedaram em um hotel modesto em Gabriel Crossing, e durante todo o tempo em que permaneceram no lugar, não faziam outra coisa do que reclamar. Felizmente não ficaram por muito tempo. Três dias ouvindo sobre o su­cesso de suas carreiras era mais além de suficiente para Demi. O único ponto positivo da visita deles foi o de que seus pais pareceram realmente entusiasmados com Emily. Não que eles ficassem literalmente "babando" por causa da neta.
Camille e Dwight não eram do tipo que se amarra em crian­ças. Contudo, eles pareceram mais animados do que ela ima­ginava. É claro que tinham aproveitado a oportunidade para reprovar a atitude dela em abandonar Holden, mas, aparente­mente, acabaram aceitando que Demi não iria mudar de idéia. Quando eles conheceram Joe, agiram de maneira cordial, mas não amigável. Assim como Holden, seus pais avaliaram Joe de acordo com a maneira simples como se apresentava e o consideravam como um homem que ganha­va o sustento através de trabalhos físicos. Eles teriam ficado surpresos se soubessem que Joe era um homem de negó­cios e muito bem-sucedido. Mas, Demi não via razão para lhes contar a verdade.
Quanto a Holden, ele nem mesmo tivera interesse em ver o bebê. Enquanto esteve no hospital, Demi havia li­gado para ele e fim de lhe contar sobre o. nascimento de Emily. Ela não estava com a mínima vontade de falar com ele, mas, como Holden era o pai de sua filha, Demi sabia que ele tinha o direito de saber. Ele fez as perguntas casu­ais de quanto o bebê pesava, se era saudável e outras coi­sas. No fundo, ela percebia que Holden não demonstrava nem um pouco de entusiasmo pelo fato de saber que era pai. Pelo menos, ele não mencionou nada sobre um possí­vel teste de DNA. Assim que ela encerrou a ligação, sen­tiu-se triste por Emily, contudo estava aliviada por Holden não querer fazer parte da vida delas. Holden não queria saber da filha, mas Demi sabia que Joe era louco por Emily.
Quando chegou a primavera, os sentimentos dele foram percebidos por Emily. Sempre que ele se aproximava do ber­ço, ela sorria e agitava as pernas e os braços com enorme excitação. Assim como Demi, a pequenina parecia saber que poderia contar com Joe sempre que precisasse. Em muitos aspectos, Demi, Joe e Emily pareciam uma famí­lia. Freqüentemente as pessoas pensavam que se tratava de uma família comum quando os viam juntos nas poucas vezes que precisaram comparecer ao pediatra na cidade. Demi e Joe compartilhavam suas refeições e ele a ajudava com o bebê. Eles agiam como uma família, mas não formavam uma família. Seus objetivos e aspirações pessoais eram diferentes e separados. E isso se tornou muito claro quando Joe de­cidiu retornar ao trabalho em Manhattan no final do mês de abril. Ele tinha um compromisso com o irmão e obrigações com a empresa.
Demi compreendia isso, da mesma maneira que entendia que Joe não estabelecerá nenhum compromisso com ela. Portanto, não lhe devia nenhuma obrigação. Ela imaginara que teriam um futuro juntos. Estava certa de que Joe desejasse se casar outra vez. Ele mesmo lhe dissera que pre­tendia se casar com a mulher certa quando se passasse mais algum tempo. Bem, o tempo havia passado e o divórcio dela estava praticamente concluído. Contudo, Joe não tocara nesse assunto. E agora que suas economias estavam acaban­do e as dívidas se amontoando, Demi decidiu que era tempo de pensar seriamente em conseguir um emprego. Ela precisaria contar para Joe o que havia decidido assim que o visse na manhã seguinte. Ele sempre tomava o café da manhã com Demi e insistia em dar a primeira mamadeira do dia para Emily, caso a pequena já estivesse acordada, antes de seguir para Manhattan. Nos dias em que o tráfego estava mais intenso ou ele precisasse ficar até mais tarde na cidade, o único momento em que ela o via era no café da manhã.
Demi sentia falta da companhia dele nas refeições e das longas conversas que costumavam ter. E o pior era que Joe despendia a maior parte do seu tempo nos fins de semana cuidando da casa. A reforma estava quase terminada e agora ele havia empregado três homens para acelerar os detalhes finais. Só restava colocar a placa de "vende-se" na fachada da casa. E então? O que ela faria quando a propriedade fos­se vendida?
Demi optou por não falar nada a esse respeito com Joe naquele instante. E enquanto ele alimentava Emily com a mamadeira, ela comentou:
— Estou decidida a procurar um emprego. Ele a encarou com espanto:
— Tão cedo?
— Emily já está com quase quatro meses. Acho que já passei mais tempo com ela do que a maioria das mães que precisam trabalhar fora de casa.
Enquanto ela se justificava, sentia o peito doer por preci­sar deixar a filha sob os cuidados de outra pessoa.
— Por onde pretende começar? — ele quis saber no ins­tante em que o bebê terminava a mamadeira e ele a erguia para repousá-la contra um de seus ombros para que ela pu­desse arrotar.
Demi assistia com assombro a maneira como a mão enorme promovia suaves pancadinhas nas costas de Emily para ajudá-la a expelir os gases estomacais.
— Conheço algumas agências em Manhattan e já preparei alguns currículos para enviar pelo correio.
Ele acenou positivamente com a cabeça.
— E ótimo que seja em Manhattan. Ela engoliu a saliva antes de revelar:
— Lilly está me aconselhando a aceitar a oferta de traba­lho em San Diego.
Joe interrompeu o que estava fazendo por um instante e perguntou:
— Você está pensando em considerar a opinião dela?
— Talvez — Demi respondeu pensativa. — Lilly se ofe­receu para cuidar de Emily enquanto eu estivesse no traba­lho. — O lado positivo da questão seria o fato de que Emily poderia estar nas mãos de alguém em que Demi depositava toda a sua confiança. E o principal obstáculo estava sentado bem na sua frente. Como ela poderia se afastar do homem que amava?
— Não tome nenhuma decisão ainda — ele ponderou.
— Em algum momento eu terei que fazer isso.
— Eu sei. Mas não agora. — Ele beijou o topo da cabeça do bebê e em seguida avisou: — Prometa-me que irá esperar mais um pouco.
Demi prometeu. E mais tarde lhe ocorreu que Joe não lhe dissera a razão pela qual ela deveria esperar um pouco mais.
*****
Quando Joe sabia que não conseguiria chegar a Gabriel Crossing em tempo para o jantar, ele sempre ligava para avisá-la. O celular de Demi tocou no instante em que ela estava acomodando Emily no bebê conforto e se preparava para começar o jantar.
— Oi, Demi, sou eu...
— Ah... Já sei que não virá para o jantar.
— Sinto muito. Estarei ocupado por mais algum tempo. Espero que ainda não tenha começado a preparar a refei­ção.
Ela anotou mentalmente que deveria colocar as costeletas de porco de volta no freezer antes que descongelas­sem.
— Não se preocupe. Eu sei como a sua programação de trabalho é imprevisível. — O que estava se tornando uma constante nos últimos dias, ela pensou com desgosto.
— Não será sempre assim — ele respondeu como se sig­nificasse uma promessa. — Estou trabalhando em algo mui­to importante e grandioso.
Ela sorriu ao perceber o entusiasmo na voz dele. Demi sabia o quanto Joe gostava do que fazia.
— Quer me contar sobre isso?
— Quero. E pretendo fazer isso assim que for possível. Trata-se de uma surpresa.
Demi permanecia acordada na cama, embora Emily já estivesse profundamente adormecida no berço. Ela ouviu o barulho do motor do carro de Joe indicando que ele havia chegado. A luz intensa dos faróis do Porsche ilumi­nou seu quarto por um instante. Logo depois a escuridão tornou a prevalecer no ambiente. Ela espiou para o visor do relógio digital posto na mesinha de cabeceira e desco­briu que já passava das 11h da noite. Sabendo que Joe já havia retornado, ela se revirou na cama e afundou a cabeça no travesseiro. Talvez agora conseguisse dormir. De repente, Demi ouviu o som de pancadas suaves na porta de entrada e ergueu-se da cama em um salto. Vestiu um robe e se apressou a atender o chamado. No caminho, acendeu a luz da sala. Tratava-se de Joe, como ela já imaginava. Ele parecia exausto. A camisa amarrotada por conta do longo dia de trabalho e das horas despendidas ao volante.
Demi o recebeu com um sorriso e um abraço apertado.
— É por isso que eu gosto de vir para casa todos os dias j:—ele brincou.
— E é por isso que eu gosto que você volte para casa to­dos os dias — ela afirmou no mesmo tom. — Eu tenho um vinho excelente guardado no refrigerador. Nós poderemos desfrutar dele enquanto nos acomodamos no sofá e você me conta sobre o seu dia.
Demi recuou um passo para que ele entrasse e depois trancou a porta. No momento em que passou por ele com a intenção de seguir para a cozinha, Joe a segurou por um braço, forçando-a a estacar. Seus corpos se trombaram. Ele a enlaçou pela cintura e a aprisionou em seus braços.
— O vinho pode esperar, Demi — ele sussurrou en­quanto roçava os lábios na curvatura suave do pescoço fe­minino.
O contato dos lábios dele contra a pele sedosa era sentido por Demi como se fosse uma brasa despertando a chama dos instintos reprimidos há muito tempo. De repente suas bocas estavam unidas e desejosas de um prazer maior. O lon­go tempo de espera impulsionou Demi e ela o provocou beliscando-lhe o lábio inferior com a ponta dos dentes. Ele gemeu e moveu as mãos para o nó do cordão que prendia o robe que ela usava e o desatou. Em seguida, afastou a peça pelos ombros roliços deixando que ela deslizasse até o chão. As palmas imensas alisaram por um instante o tecido de seda da camisola que ela ainda usava antes de despi-la pela cabe­ça. Em instantes, Demi se dava conta de que se encontrava nua diante dele, exceto pelas calcinhas rendadas que ainda vestia. Ela já havia quase recuperado o peso que tinha antes da gravidez, porém estava ciente de que a anatomia do seu corpo nunca mais seria a mesma depois de ter gerado uma criança. A cintura estava mais grossa e o abdômen já não era tão firme e plano.
Com as faces coradas, ela murmurou: — Joe, eu...
Notando-lhe o embaraço, Joe ergueu-lhe o queixo com a ponta de um dedo e assegurou:
— Você é linda, Demi. Absolutamente linda!
A sinceridade das palavras dele e o brilho de excitação que Joe exibia no olhar a tranqüilizaram e Demi se sentiu confiante outra vez.
Ela começou a desabotoar a camisa dele. A cada botão que libertava, repousava um beijo ligeiro no vão que ficava desco­berto. Logo depois, a camisa estava jogada por cima das rou­pas dela no chão. Demi começou a libertar o cinto da calça dele quando Emily chorou.
— Por um instante eu havia me esquecido de que tínha­mos companhia — ele murmurou com um sorriso e depois liberou um suspiro desanimado.
Demi apanhou o robe do chão e o vestiu novamente.
— Não se preocupe. Eu não demorarei muito para acal­má-la. Por que você não prepara as taças de vinho enquanto eu cuido de Emily? — Antes que se afastasse, ela insistiu: — Não vá embora, Joe.
Ele sorriu.
— Nem pense nisso! Estarei bem aqui quando você retornar.
Depois de embalar o bebê por quase duas horas, Emily finalmente adormeceu e Demi retornou para a sala. Con­forme lhe prometera, Joe a esperava. Apenas que ele estava sem a camisa e os sapatos e profundamente adormecido no sofá. Duas taças de vinho permaneciam intocadas sobre a mesinha de centro.
Mas ele cumprira sua promessa. Demi encontrou uma maneira de se ajeitar junto a ele no assento estreito do sofá e acomodou a cabeça em um canto da almofada que ele usava como travesseiro. Embora ele permanecesse dormindo, ela sentiu o braço dele enlaçá-la. Joe agia de maneira proteto­ra até durante o sono.
— Eu te amo — Demi sussurrou antes de fechar os olhos e dormir também.
*****
Quando Joe acordou o dia já estava amanhecendo. Ele não ciência imediata de onde se encontrava, contudo, sabia muito bem quem estava dormindo a seu lado. Ele se remexeu com cuidado para não acordá-la, mas Demi murmurou algo ininteligível e se aninhou no peito desnudo de Joe. Ele sentiu o coração dar um salto. Aquilo era exatamente o que desejava sentir pelo resto de sua vida. Joe já tinha certeza disso desde o nascimento de Emily, mas estava aguardando que o tempo passasse enquanto colocava seus planos em ação.
Ele pensara em todos os detalhes com muito cuidado. A reforma da casa estava quase completa e ele pretendia se mudar de volta para o seu apartamento na cidade. Porém não tinha intenção de vender a casa. Da mesma maneira como não pretendia viver em Manhattan sem Demi e o bebê. Eleja havia providenciado para que o aposento reser­vado para hóspedes no apartamento fosse perfeitamente adequado para ser transformado no quarto de Emily. Isso também seria feito em um dos quartos da casa, onde ele pretendia que servisse para os passeios ocasionais da famí­lia nos finais de semana.
Joe queria pedir Demi em casamento. Até já havia comprado o anel de noivado. Apenas estava esperando que o divórcio dela se concluísse. Ele inclinou a cabeça e deposi­tou um beijo suave na testa dela. Na noite anterior, se ele não tivesse caído no sono, eles teriam feito amor. Só de pensar nisso, Joe sentiu os instintos se alertarem. Ele suspirou fundo e tentou controlar a excitação. Talvez fosse melhor que isso não tivesse acontecido. Já que haviam esperado tan­to tempo, não custaria esperar até que ela estivesse legal­mente separada. E até que Emily estivesse sob os cuidados de uma babá confiável. Ele queria que tudo acontecesse da maneira mais perfeita. Era o que Demi merecia e não me­nos. Naquele instante, Demi girou o corpo para o lado con­trário de maneira que suas nádegas ficaram praticamente coladas à volumosa virilidade. Ele fechou os olhos e deu um gemido de angústia. Praguejando em pensamento contra as próprias regras de planejamento, Joe optou por resistir à tentação e abandonou o sofá. Mas teve o cuidado de não acordar.

                                      ----------------------------------------------------------
                    Gente desculpa a demora, estava fazendo um trabalho pro colégio e esqueci de postar :p
                    Bom aqui está mais um capítulo. Tem mais um capítulo + epílogo.
                                                                        xoxo Nathi

5 comentários: