21.9.15

Escolha - Capitulo 4


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JOE NÃO conseguia tirar os olhos de Demi. O que Rebecca vira que a fizera acreditar que aquele encontro às escuras absurdo poderia funcionar? E o fato de estar funcionando era… bizarro. Ele nunca teria imaginado que iria achar Demi tão encantadora.

Diabo, o fato de ele considerar qualquer coisa encantadora ia além da credulidade.

E, no entanto, olhando para ela, se lembrou de como era quando ele tinha heróis. Embora nunca tivesse ficado tão inocentemente encantado pelo glamour como Demi. Considerando seu passado, como poderia? Sua família fazia parte dos xenófobos ricos de Nova York, o círculo tolo e insano que fazia do desdém e da dispensa uma arte. Então seus heróis tinham sido aqueles de fora do círculo: astros do esporte, músicos indie que nunca seriam populares, cientistas excêntricos e hackers. E estes últimos, graças a Deus, acabaram por definir aspectos-chave do rumo de sua vida.

– Ai, Deus – sussurrou Demi, sua mão apertava a lapela de Joe desesperadamente. – É o Mick Jagger ali.

Joe seguiu o olhar até alguns metros adiante, onde o velho cavalo de batalha estava de pé, cercado por sua comitiva praticamente invisível para ele. O Rolling Stone não estava ali há poucos minutos, mas não havia uma pessoa na tenda, ou na maldita cidade, capaz de chamar a atenção dele por furar a fila.

– Uh – disse Demi, ainda olhando para o mega star com curiosidade.

– É melhor se acostumar a isso – disse Joe, divertindo-se. Nos últimos anos, a novidade de seu estilo de vida havia perdido a graça. Ele raramente prestava atenção em qualquer coisa que não fosse trabalho. A quem entrevistar, em quem ficar de olho, quem estava pronto para o óbito da carreira. Dar aquilo a Demi era divertido. Ela estava certa. De jeito nenhum ela poderia fingir tédio. Nem perto disso. – Quase todo mundo é mais baixo do que você pensa – continuou ele, dando um passo para mais perto dela. – Principalmente os homens. Não os modelos, no entanto, eles são girafas, mas os atores, os músicos? A maioria deles é até mais baixo do que eu.

– Você não é baixo – comentou Demi. Ela se virou e sorriu para ele, de modo que Joe sentiu-se um gigante. – Eu sou baixa. Ridiculamente. É horrível.

– Por que é horrível?

O sorriso dela mudou e as pontas das orelhas ficaram rosadas.

– Tenho 25 anos, não 12. Todo mundo me acha bonitinha. E inofensiva. Como um filhote de coelho. Já ganhei tapinhas na cabeça. Tipo, fala sério. Quem faz isso?

– Eu não faço – respondeu ele, erguendo as mãos num gesto de rendição, principalmente porque, agora que ela mencionara, ficara com vontade de dar os tapinhas.

– Quero tirar uma foto dele – disse ela, baixando a voz enquanto roubava olhares de Jagger.

– E daí? Tire, oras.

Ela balançou a cabeça.

– Como isso iria promover minha pauta de “nova estilista entediada”? Eu já sou uma intrusa. Eu gostaria de, pelo menos, fingir um pouquinho.

Joe se virou para um sujeito atrás dele, um cara que ele não conhecia, mas parecia ser repórter.

– Voltaremos à fila em um segundo, está bem?

O sujeito assentiu, e Joe manteve seu aperto no braço de Demi quando atravessou para a outra fila, bem no meio das estrelas do rock.

– Ei, Mick – disse ele, estendendo a mão. – Joe Winslow. Eu adoraria tirar uma foto sua com minha linda acompanhante. Você se importa?

O sujeito apertou a mão de Joe, mas só sorriu quando pôs os olhos em Demi. E então não poderia ter sido mais agradável. Na verdade, em segundos, Jagger estava com o braço em volta dos ombros de Demi enquanto Joe fazia a foto usando o celular dela.

Demi ficou totalmente emocionada, mesmo quando Jagger assumiu uma postura meio falsa durante a sessão de fotos. Joe não perdeu tempo em acompanhar Demi de volta a seus lugares na fila.

– Deixe-me ver – sussurrou ela, apertando os botões em seu celular. – Minhas mãos estão tremendo. Eu sou tão boba.

Joe assumiu aquela operação delicada, e ela delirou com sua sorte fantástica. Estava tremendo de emoção, e Joe nunca teria imaginado. Ao lado de uma das maiores celebridades do planeta, Demi apareceu completamente tranquila com a coisa toda. Mas agora seus olhos não escondiam nada de sua empolgação. Ela sorria largamente e batia palmas como uma criança no circo. O que, Joe presumia, ela era de fato.

Logo eles estavam no posto de segurança, e havia detectores de metais de mão, vasilhames plásticos para colocar objetos e guardas bem-comportados. Depois de uma caminhada breve através de um caminho frio, eles entraram na tenda principal, um pavilhão imenso repleto de música, conversas, risadas e centenas de perfumes diferentes. Vestidos que custavam mais do que carros, rostos esculpidos ao ponto da insanidade, muita pele, muitos dentes brancos, e Demi parecendo recém-chegada ao País das Maravilhas.

Joe tentava não olhar para Demi enquanto eles contornavam em meio à multidão, enquanto alguma banda top no topo das paradas tocava suas músicas e fotos eram tiradas. Ele pediu suco de abacaxi a um garçom e, quando entregou o copo a Demi, ela piscou demonstrando total espanto.

Era muito divertido para durar, porque, ao mesmo tempo em que estava em um encontro, Joe também estava a trabalho, e pelo menos metade dos convidados queria seus nomes no blog dele no dia seguinte.

Normalmente, Joe seria capaz de enfrentar aquela festa com um pé nas costas. Esta noite, no entanto, ele queria não apenas incluir Demi, mas apresentá-la, certificar-se de que ela teria contato com todo mundo que reconhecesse. Ele queria ver o que ela faria, como reagiria. Inesperado. Completamente diferente do que Joe era e intrigante, mas nada que necessitasse analisar.

Joe sentia-se atraído por Demi, algo que não ocorria há tanto tempo, e por isso quase se esquecera de que poderia acontecer. O mais interessante era que ele não conseguia identificar o porquê. Por ele, Joe gastaria mais tempo analisando Demi do que caçando os deslizes dos vips da festa.

– O que foi? – Depois de um passeio pela área inicial, com beijos de ar, apertos de mão, poses e muito teatrinho, eles encontraram um lugar o mais longe possível dos alto-falantes. No entanto, mesmo ao lado das saídas laterais para os camarins e salas privativas, Demi tinha de gritar para se fazer ouvir.

– Nada. Você está se divertindo?

– Sim – respondeu ela. – Embora eu ainda esteja em estado de choque. É impressionante.

– Sim, é. Tem muita gente querendo atenção.

– Percebi aquilo que você falou sobre quem fica sentado, quem fica em pé, as posições – disse ela enquanto se aproximava dele.

Joe passou o braço em volta da cintura dela. Interessante, abraçar alguém tão baixinha. Sentia-se… protetor. – É como se cada cadeira fosse um trono, exclusivamente para os reis e rainhas mais importantes.

Ele fez que sim com a cabeça.

– Alguns deles têm um lugar cativo pela eternidade, mas não muitos. Para a maioria deles, é uma tiragem limitada.

– Você está sentado – disse ela. – Você provavelmente tem seu lugar, não é?

– Não. Eu organizo o ambiente. Posso ser reconhecido para alguns, mas meu trabalho aqui é colocar um holofote nas verdadeiras celebridades. Vou ter que escrever sobre isso no blog amanhã de manhã, e se não for claro, vou receber dezenas de telefonemas, torpedos e e-mails de assessores furiosos me dizendo que sou uma desgraça e que nunca vou trabalhar nesta cidade de novo.

Um garçom, trazendo champanhe, apareceu e, antes que Joe pudesse dizer qualquer coisa, Demi lhe tocou a mão. – Eu gostaria de um, por favor.

– Tem certeza?

Ela assentiu.

– Esta é a noite do champanhe.

– Você deve estar morrendo de fome. Eu não vi você comer.

– Estou empolgada demais para comer. Apertei a mão de Tim Gunn!

– Eu sei – disse ele. – Ele gostou do que você estava usando.

– Não gostou – disse Demi, quase derramando sua bebida. – Ora, ele disse alguma coisa? – Ela fechou os olhos. – Não, não responda. Você só está sendo gentil.

– Sim, mas se ele tivesse um minuto para perceber, teria gostado do seu vestido. Você está deslumbrante.

Demi suspirou.

– Eu não esperava que você fosse assim – disse ela. – Para ser sincera, eu nem tenho certeza do que fazer com você.

– O que isso significa?

– Eu sei que sou diferente do que você está acostumado. Ontem vi uma foto sua com Mia Cavendish. Então eu a vi no novo outdoor da Victoria’s Secret na Times Square. Rebecca fez tudo e mais um pouco ao me fazer esse favor, mas você tornou esta noite incrível. Um sonho se realizando. Eu nem sequer…

Joe não tinha pensado nisso no carro, ou na fila, ou após o acontecimento com Jagger, mas agora ele não conseguia pensar em nada no mundo que desejasse mais do que tomar aquela baixinha em seus braços e beijá-la com intensidade. E assim ele fez.

DEMI NÃO deveria ter ficado chocada com os lábios dele, mas ela congelou, mais surpresa do que havia ficado ao trombar com Jean Paul Gaultier. Joe Winslow estava dando um beijo nela. Suave. Provocando-a com a ponta da língua, à espera de permissão para entrar.

Ela cedeu.

Joe acabou por se revelar um cavalheiro a este respeito também. Sem forçar, sem engoli-la. Adentrando lentamente, dando a ela tempo para se acostumar a ele. Para saboreá-la. Demi esperava champanhe, mas ele tinha gosto de hortelã, embora, pensando bem, ela não fizesse ideia de qual era o sabor do remate de champanhe.

Uma palma tocou seu ombro nu, a outra mão a puxou para mais perto, e a parte experimental do beijo terminou, assim como o mais básico dos pensamentos. Ele inclinou a cabeça e se preparou para se estabelecer ali enquanto eles exploravam um ao outro. Não demorou muito para Demi relaxar os ombros, para sentir-se confortável o suficiente para recuar e tomar fôlego, dando uma espiadinha nele, e depois retornar para mais.

Aquela mão em seu ombro desceu pelas costas, aquecendo-a onde quer que tocasse. Não estava frio no salão, não com tanta gente, mas o toque de Joe estava quente, não só a mão. O baixo da banda fazia o salão vibrar, mas Demi já estava tremendo. Beijar o Príncipe Encantado fazia isso com uma pessoa.

Como se a noite já não estivesse espetacular o suficiente.

Ela nunca se esqueceria daquele momento, a música que estava tocando, do modo como o sentia gemer, embora não pudesse ouvi-lo. Era atordoante, todos os segundos, e sua esperança de que aquilo fosse mais do que apenas um favor foi de “não se atreva a pensar nisso” a deixar a ideia assentar completamente.

Joe se afastou, mas não muito longe.

– Por mais que eu quisesse ficar aqui, tenho que trabalhar. Devo avisar, as pessoas que vamos encontrar agora não vão prestar a devida atenção em você. Elas estão trabalhando também.

– Não me importo – disse ela com sinceridade. Não esperava nada daquela multidão. O mesmo não poderia ser dito sobre Joe. Demi precisava parar de tocar a própria boca como uma adolescente apaixonadinha, mas Deus, ele tinha lábios maravilhosos. Não importava de qual ângulo ela avaliasse, não havia nenhum motivo para ele tê-la beijado, nenhum, exceto a vontade. E lá se foi o fôlego dela, e qualquer esperança de caminhar sobre os joelhos vacilantes.

– Com um salão desse tamanho, vai levar algumas horas. Certifique-se de que vai comer em algum momento. Não vou conseguir cuidar de você com a dedicação que gostaria, e não queremos que você desmaie de fome. Pegue as coisas quando puder, ou se esgueire até o bufê. Estarei com meu celular, então vou saber se você ligar, aí encontraremos um ao outro.

Ela assentiu.

– Vá. Trabalhe. Faça sua mágica. Eu gostei de ler suas postagens sobre a Semana de Moda. Você sempre me fazia sentir como se eu estivesse lá.

– Sério?

– Bem, agora que estou aqui, não exatamente, mas mais do que o suficiente. Não conte a ninguém, mas gosto mais dos seus textos do que dos da revista W.

Ele sorriu.

– Agora é você que está apenas sendo gentil.

– Não. – Demi fez uma cruz com os dedos sobre o peito. – Falo totalmente sério.

– Vamos lá então. Vamos conhecer algumas pessoas famosas.

Demi ficou tentada a puxá-lo para mais um beijo, para certificar-se de que tinha sido real, mas não se atreveu. Embora fosse difícil não imaginar como seria atravessar o saguão do prédio dele e subir no elevador. Antes de se deixar levar por suas noções tolas, ela se lembrou, de maneira muito espetacular, do que estava fazendo agora. Um carregamento repleto de símbolos icônicos tinha ganhado vida.

Demi sentia-se como um cidadão de Lilliput em um mundo cheio de Gullivers conforme Joe a guiava. Ele a pôs entre mesas, esculturas de gelo pingando e rolhas estourando, e sempre, sempre a intrusão das câmeras. Ao redor do perímetro da festa, diversos programas de fofocas de celebridades marcavam território, e a iluminação das câmeras estourava no branco da tenda, fazendo a arena inteira brilhar.

Andavam dois, talvez três passos, então paravam perto quando mais uma celebridade, e cada uma era uma surpresa, se aproximava de Joe. Curiosamente, nenhuma das figuras familiares parecia muito certa. Ou eram melhores, ou mais baixas, ou mais magras ou mais loiras do que pareciam nas páginas da revista People ou na TV.

Demi era boa com maquiagem. De verdade. Ela fizera questão de aprender as técnicas corretas em uma escola de beleza perto de sua faculdade, mas havia um elemento mágico nos rostos que passavam. E as roupas…

Ela havia navegado por algumas das boutiques top de linha em Manhattan. Dolce & Gabbana é claro, mas algumas casas de alta-costura também, com seus ternos e vestidos elegantemente trabalhados, sem se atrever a tocá-los, pois cada botão ou zíper valia mais do que tudo que ela possuía ou viria a possuir nos próximos anos. Agora que ela via aquelas criações em movimento, era poesia pura. Não havia como chamar de outra coisa senão arte. O estilo de cada estilista era tão único quanto um Picasso ou um Rembrandt. Demi sentia-se humilde. E com vontade de tocá-los.

Mas, em vez de tocar os vestidos de 50 mil, ela pegou alguns petiscos. Camarões, sushi e filé mignon, tudo com um guardanapinho e pinceladas de molho aioli. Se ela não fosse uma adulta em pé ao lado de pessoas famosas, não teria parado de enfiá-los na boca, porque estavam fantásticos. O champanhe estava gelado, e ela deveria voltar para o suco de abacaxi, porque mesmo depois de comer, ela estava começando a ficar tontinha.

Demi se virou para Joe, só que ele não estava lá. Não onde ela o havia deixado, mas aquilo tinha sido antes de ela seguir a bandeja de sushis, droga. Ela deu uma volta completa em torno de si, pausando quando via amontoados de celebridades, e isso a fez rir, porque certamente amontoados não era o coletivo adequado. Qual era? Uma cavalgada de celebridades? Uma confraria? Um conjunto? Não, uma superficialidade de celebridades. Ah.

Demi pegou o celular, verificou o número de Joe e digitou:

Você não está aqui.

Ele poderia estar em qualquer lugar, por isso não ia fazer mal dar uma voltinha. Talvez pegar uma garrafa de água. O celular dela iria vibrar quando ele mandasse uma mensagem, e enquanto isso ela poderia treinar sua expressão “Não sou daquela roça chamada Hicksville” enquanto arfava para si.

Onde você está? JW

Ao lado de uma das gêmeas Olsen. Não tenho certeza de qual delas. Não importa.

Não consigo encontrar vc através da gêmea Olsen. Algo mais estável por favor? JW

Ah. Stella McCartney discursando para um monte de gente.

Perfeito. Mas não posso sair ainda. Dez min. JW

Com quem vc está? Deixa pra lá. Vc tá ocupado.

Demi baixou o telefone, mas ele apitou.

3 pessoas q querem sucesso. 2 q vão fazer sucesso. 0 divertidas como vc. JW

Ela corou com prazer, mesmo que fosse só uma frase boba, nada mais, e ainda assim nunca deletaria o torpedo.


No segundo que pressionou a tecla enviar, Demi entrou em pânico. Era um coraçãozinho. Ela quis dizer que ele estava sendo gentil. Não… ah, droga, provavelmente ele ia achar que…

Hum. Eu quis dizer obrigada.

Ela expirou, ainda apavorada o suficiente para mal conseguir olhar para a outra gêmea Olsen. Trocou os contatos e mandou outro torpedo:

Rebecca, eu estraguei tudo.

Como?

Mandei 1 ♥ pra ele ??? MANDEI 1 ♥ PRA ELE!!!!!

Não esquenta. Ele não vai ligar.

Mas…

Shhh. Confie em mim e sorria.

O celular apitou por causa de mais uma mensagem. Joe.

Fique perto da Stella. Chego em 2 min. JW

Demi resolveu acreditar em Rebecca e sorrir. Então reduziu um pouco o tom do sorriso, indo de 11 para um módico cinco. Seu coração, no entanto, não estava sendo tão cooperativo. Foi um erro bobo, só isso. Nem mesmo um erro. Um coraçãozinho não precisava ser tão significativo. Ela usava com suas amigas o tempo todo, e elas não ficavam achando que era uma declaração de amor eterno.

Estava tensa, só isso. A atmosfera, o encontro em si. As gêmeas Olsen.

E o que vinha a seguir. O que poderia vir a seguir.

Como uma prévia, o beijo erguera uma grande promessa. Ela gostara de Joe mais do que tinha esperado gostar, e ele a beijou, então ele não a achava repulsiva ou coisa assim, de modo que aquilo era um ponto a seu favor. Sinceramente? Estava igualmente ansiosa de um jeito bom e insanamente ansiosa de um jeito ruim sobre ficar a sós com ele. Mas a primeira vez, a única vez, com alguém era sempre assustadora. Muito potencial para a catástrofe. O coraçãozinho era nada comparado a todas as coisas que poderiam dar errado.

Demi já tivera seu quinhão de erros no quarto. E só de lembrar ficava corada. Mas agora não era o momento para remoer sobre erros cometidos na aprendizagem dos prós e contras, por assim dizer, de sexo com caras relativamente desconhecidos. Era o momento de procurar por Joe, agradecer cada minuto por estar ali, naquele salão fenomenal, com um sujeito que fazia os mamilos dela enrijecerem voluntariamente ou não.

Não havia nenhuma gêmea perto dela agora, mas a srta. McCartney estava com uma multidão muito grande e entusiasmada ao seu redor, e era fácil perceber o porquê. Embora Demi não fosse capaz de ouvir a estilista, ou até mesmo de enxergar bem seu rosto, as pessoas ao alcance dela estavam sorrindo. Não o tipo de sorriso que causava arrepios, mas o tipo que rejuvenescia e era divertido de se espreitar. Mas daí havia Joe, e o sorriso dele…. Deus.

Era uma coisa. Se fosse falso, ela aceitaria mesmo assim, sem questionar, como muitas outras coisas genuínas na vida. De algum modo, no entanto, ela não achava que era falso. Não importava, sorriria de volta, completamente sincera. Não era que ele era o homem mais bonito que ela já vira. Havia uma boa quantidade ali esta noite que ficaria melhor em uma capa de revista. Claro, eram modelos, então isso fazia sentido. O charme de Joe estava na veracidade de seu rosto. Havia rugas, pequenas, as quais teriam sido retocadas em uma capa de revista, mas Demi gostava delas. Conferiam personalidade a ele e o faziam parecer tão cortês quanto era de fato. Eram rugas de sorriso, o que era sempre um bom sinal. Principalmente no Rei de Manhattan.

Ela gostava do fato de ele ter 31 anos. Homens na faixa dos 20 anos eram… problemáticos. Tá, está bem, ela estava na casa dos 20 e era capaz de listar de todas as coisas que desejava que fossem diferentes, então nada de atirar pedras no telhado alheio, mas homens costumavam demorar mais a amadurecer em relação às mulheres, isso era fato. Joe parecia ser um amante maravilhoso, imaginou ela quando o encontrou a meio do caminho para a mesa de sobremesas Aquele beijo tinha sido um tira-gosto. A refeição seria o paraíso.

– Você parece relativamente incólume – comentou Joe. – Estou chocado.

– Por quê?

– Achei que todos os héteros daqui estariam em cima de você.

– Pare.

– Nem uma fila – disse ele. – Estou falando sério. Estou surpreso. Corri. Embora achasse que você seria capaz de cuidar de si.

– Baseado em quê?

– Em tudo que tenho visto até agora. Você e Mick Jagger, por exemplo. – Joe passou a mão no cóccix dela. – O que você gostaria de ver agora?

Demi encontrou o olhar dele.

– A vista daqui já está boa.

Ele suspirou, e como houve uma pausa momentânea na música, ela ouviu. A música ao vivo tinha parado há algum tempo, e agora estavam reproduzindo um som mecânico… uma seleção excelente. Claro que havia um grande DJ em uma festa como aquela.

– Vamos fazer o seguinte. Vamos fazer mais um circuito. Prometo não arrastá-la para fora, não importa quem encontraremos, você está autorizada a ficar o tempo que quiser, em qualquer lugar que quiser.

– Uau. Isso é muito generoso.

– Estou me sentindo magnânimo. – Ele fez sinal com a cabeça para um garçom. – Suco de abacaxi? Champanhe? Docinhos?

Ela ergueu a água.

– Já tenho o que preciso.

Joe a puxou para mais perto e eles começaram a procissão, e Demi realmente se sentia como uma princesa. Sua mão livre acabou em torno das costas de Joe, e em algum ponto ao lado de uma grande escultura de gelo do Davi de Michelangelo um pouco desgastada, a cabeça dela se apoiou no ombro dele. Ela pensou em parar em uma infinidade de lugares por onde passaram, porque as chances de encontrar aquelas pessoas novamente eram nulas, mas nem mesmo Michael Kors em pessoa foi o suficiente para tirar Demi da magia de estar com Joe, seu príncipe de apenas uma noite.

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Se esse capítulo tiver um feedback bom, faço maratona amanhã! :D
xoxo

7 comentários:

  1. Puta merda, To amando esses dois,o Joe já tá na da demi, que lindooooo, você sempre arrasando nas histórias,beijos

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  2. Meu deus mas que beijo foi aquele!!!! É óbvio que o Joe se ia encantar pela Demi, afinal ele parece rodear-se de pessoas superficiais (algumas delas) e a Demi é diferente daquilo que ele conhece, é uma caixinha de surpresas :) maratona please :)

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  3. Ai esses dois são muito fofos, serio joe já ta encantado pelo jeito espontâneo dela e esse beijo que rolou ❤ posta mais e eu necessito da maratona

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  4. O Joe esta sendo um fofo com ela.... apaixonada pelos dois,. Amo maratona!!!!

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  5. muito fofos esses dois ...quero maiiis !!!!!! Posta Maiiis!!!!

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  6. Essa fic ta mth boa. O Joe esta sendo um fofo cm a Demi. Ja quero o proximo cap. Bjoos ♥♥

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  7. Jesus! Essa fic tá MARAVILHOSA. Quero mais hahaha

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