3.9.15

Faça Meu Jogo - Capitulo 2 (1/2)


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A VIAGEM de Pittsburgh para Chicago foi curta, tranquila, mesmo em um dia ruim. Felizmente, além do fato de ele estar pegando seu primeiro voo em uma aeronave que não parecia muito maior que seu utilitário, o dia estava se preparando para ser muito bom. E ele não pensava só no clima, que estava fresco, limpo e claro.

Quando eles decolaram, Joe reprisou a situação em sua mente outra vez. Uma hora no ar, que bom. Durante meros 60 minutos ele poderia enganar seu cérebro e acreditar que não estava realmente sentado dentro de uma lata gigantesca, cruzando os céus de alguns estados.

Depois disso, ele enfrentou uma viagem curta de táxi até a mais nova cadeia de pubs de propriedade de uma família rica de Chicago, os Braddock. Recentemente, eles haviam concordado em servir a Campbell Lager como cerveja da casa de alguns de seus bares. Era um pé na porta, e Joe esperava aumentar a conta e levá-los a expandir seus pedidos para incluir a cerveja em todos os seus estabelecimentos. Sendo assim, ele não pôde recusar quando recebeu um telefonema do velho sr. Braddock naquela manhã, pedindo que Joe fosse à inauguração da unidade mais nova esta noite.

Não teria de ficar muito tempo, bastaria apertar algumas mãos e dizer alguns obrigados. Ele cumpriria suas obrigações em menos de uma hora.

E depois disso… o quê?

Ele tinha a intenção de pegar um voo comercial de volta a Pittsburgh esta noite. A viagem da tarde tinha sido muito improvisada para voar dessa forma, mas não havia nenhum jato regional saindo às 22h para que ele pudesse pegá-lo. Se quisesse.

Contudo, desde que cruzara a pista em direção ao jatinho particular e vira a mulher que estava no início da escada, ele não quis. Porque bastou uma olhadinha nela e ficou interessado. Uma palavra, e ele ficou intrigado. E uma breve conversa, e ele foi completamente fisgado.

Não tinha a ver só com o fato de ela ser linda. Ele sabia muito bem que a beleza não passava de um prazer superficial. Além disso, ele não era chauvinista. Tinha quatro irmãs, três delas solteiras e morando na casa de seus pais, e a quarta delas era mãe solteira divorciada. Como seu irmão estava apenas no início da adolescência, Joe tolerava o peso total do julgamento feminino contra seu gênero. O único outro macho adulto nas proximidades era Ralph, seu labrador preto, que perdera sua pretensão de masculinidade nas mãos de um veterinário implacável quando tinha apenas 6 meses. Uma veterinária, uma mulher.

Então, sim, Joe era esperto e nunca julgava uma mulher apenas pela aparência dela.

O corpo incrível de Demi Bauer, o cabelo castanho-avermelhado denso que pendia pelos ombros e o rosto perfeito podiam até ter feito o coração dele parar por um segundo ou dois. Mas o sorriso, a voz rouca, o brilho dos olhos verdes e o humor mordaz fizeram o coração dele parar completamente.

Então o que você vai fazer a respeito?

Ele precisava decidir. E agora tinha apenas aproximadamente 45 minutos para fazê-lo.

Em qualquer outra situação, se eles tivessem se conhecido em uma reunião de negócios ou em um bar local, ele provavelmente não teria cogitado isso. Estava vivendo praticamente em um aquário nos últimos dois anos, com todos os seus movimentos analisados e dissecados pela família. Colocar uma mulher em cena significava incitar o tipo de comentário detalhista que ele não queria.

Entretanto isso era totalmente diferente. Seu piloto era alguém que ele nunca tinha visto e que, depois de hoje, provavelmente nunca mais veria. Tal ideia de repente o fez se perguntar sobre as maneiras como eles poderiam passar o dia.

Felizmente, pensar em todas aquelas coisas serviu para distraí-lo de todos os pensamentos sobre a parte aterrorizante da decolagem. Eles ficaram papeando enquanto ela se preparava para o voo, mas assim que os pneus começaram a rolar na pista, a garganta de Joe ficou apertada demais para conseguir expelir qualquer palavra.

Ele se obrigou a engolir em seco.

– Então… piloto em tempo integral, não é? – questionou ele, sabendo que a pergunta era tola. Mas era melhor que o silêncio que se estabeleceu entre eles enquanto ela estava ocupada colocando-os no ar.

Também era melhor que olhar pela janela, fosse para o chão, que estava ficando mais distante a cada minuto, ou para a asa do avião, que parecia pequena demais para ser a única coisa a impedi-los de sofrer uma queda a 20 mil pés de altura.

Ele desviou o olhar.

– Isso.

– Deve ser bem interessante.

– É melhor que ser professora de jardim de infância, que era o que meus pais queriam que eu fizesse.

Ele soltou uma risada. Ela. Professora de jardim de infância. Certo. Em sua lista mental de carreiras, aquela mulher como professora recatada e sossegada estava longe do topo dentre zilhões de opções.

Atriz. Uma espiã sedutora. Estrela de rock. Designer. Deusa do sexo. Sim, essas ele achava que combinavam. Mas, definitivamente, professora, não.

Ela olhou para trás, uma sobrancelha erguida, embora seu sorrisinho informasse que ela não se sentira verdadeiramente ofendida. Joe estava sentado no primeiro banco de passageiros, do lado oposto da cabine, e os olhares de ambos se sustentaram por apenas um segundo antes de ela olhar para a frente outra vez.

– O quê? Você acha que eu não poderia ser professora?

– Hum, hum. – Ele levantou a mão rapidamente, na defensiva. – Não é que eu não ache você inteligente o suficiente. Você simplesmente não parece do tipo que gostaria de trabalhar com crianças.

Ela, no entanto, parece ser maravilhosa no ato físico para fabricar crianças. Não que ele fosse dizer isso a uma mulher que conhecera há menos de uma hora.

Ele precisaria de duas horas, no mínimo.

– Sou boa com crianças, devo avisar – insistiu ela. – Os filhos dos meus amigos e primos me amam.

Ele não duvidava.

– Porque você traz coisas legais de suas viagens para eles e pilota um avião?

Ela deu de ombros, sem negar o palpite dele. E nem se virou, mantendo os olhos no céu adiante. O que era bom. Joe preferia muito mais seu piloto atento a quaisquer helicópteros aleatórios voando alto, ou ônibus espaciais a baixa altitude.

– Não estou criticando isso – disse ele. – Eu sou o rei da distribuição de brinquedos barulhentos para os filhos da minha irmã. Sei que os presentes a enlouquecem por muito tempo depois que vou embora.

Ela riu, um riso baixinho e demorado, como se estivesse relembrando alguma lembrança pessoal. A risada cálida de Demi Bauer pareceu percorrer a cabine e roçar na pele dele como uma brisa suave em um dia de verão. Ele quase foi capaz de senti-la.

Joe se remexeu no assento, tentando manter o foco na conversa despretensiosa. E não no quanto queria sentir o riso de Demi de encontro aos seus lábios, assim ele poderia respirar o mesmo ar que ela.

– Acredite ou não, acho que você seria uma professora boa para diabo.

– A-hã. Já consigo até ouvir uma menininha de 5 anos chamada Brittany voltando para casa e contando à mamãe que se divertiu para diabo aprendendo o abecedário.

Ela continuava olhando para a frente.

Não precisou virar. Sua reação foi esclarecida pelo abano casual da mão direita e pelo lampejo de seu dedo médio.

– Ei, as duas mãos no manche, senhora – disse ele, os ombros tremendo com a risada. Sua piloto particular sensual tinha acabado de mandar um dedo do meio em riste para ele. Droga, ele gostava daquela mulher. Joe não se ofendeu. Na verdade, ficou mais grato que qualquer outra coisa por ela já estar tão à vontade com ele.

Era estranho, uma vez que tinham acabado de conhecer, mas ele se sentia do mesmo jeito. Ah, não em relação a estar em um avião pequeno muito acima do solo… mas em relação a ela. Como se ele pudesse dizer qualquer coisa e ela ficasse numa boa. Demi tinha um jeito tão descontraído. E combinava com o espírito aventureiro que havia colocado no cockpit de um avião usando botas de vinil e um short curtíssimo.

Pessoalmente, ele tinha a sensação de que eles iam se dar tremendamente bem. Sentia-se mais relaxado com ela do que com qualquer pessoa, incluindo ele mesmo em meses.

Exceto pela coisa toda de “estar em um avião pequeno”. Fato que ele estava tentando esquecer.

– Tudo bem, peço desculpas – disse ele. – Tenho certeza de que teria sido ótimo. Mas acho que qualquer mãe com um neurônio na cabeça insistiria em tirar o filho da sua turma antes de o pai participar da primeira reunião de pais e professores.

Ela não respondeu. Mas o dedo do meio não veio, tampouco.

– Agora, voltando ao assunto. Seu trabalho. Acho que você gosta de voar, não é?

Antes que ela pudesse responder, o avião arremeteu de repente, em seguida, desceu depressa, embora não por uma distância muito longa, como uma pipa sendo levantada e gentilmente atingida por uma rajada de vento inesperada.

– Jesus…

– Não se preocupe, foi apenas um bolsão de ar. É completamente normal. Em um jato deste tamanho, apenas sentimos a turbulência com um pouco mais de força que de costume.

Por que um pequeno bolsão de ar era diferente do restante da imensa atmosfera, ele não tinha ideia. Só sabia que não gostava nada daquilo.

– Certo, hã, pode ficar longe dos bolsões, por favor?

– Claro – disse ela, bufando e, embora ele não pudesse vê-la, provavelmente revirando os olhos. – Vou prestar atenção aos sinais de perigo e contorná-los.

– Sua empatia teria sido de grande ajuda lecionando para crianças.

Em vez de sentir-se insultada, ela riu, de um jeito bonitinho, autodepreciativo.

– Lamento. – Então, embora não tivesse se virado completamente, ela o espiou com sutileza. O suficiente para ter um vislumbre do rosto provavelmente tenso de Joe. – Devo presumir que eu gosto de voar mais que você, certo?

– Não é minha atividade favorita.

– E aposto que é ainda pior quando você não está escondido dentro da barriga de um 747 imenso, tentando não captar o nervosismo de todos os outros passageiros que estão imaginando o pior?

– Exatamente.

Ela assentiu uma vez, então ofereceu:

– Não lhe ajuda pensar que é mais fácil manter uma aeronave menor no alto do que algum avião comercial grande, monstruoso? Assim como uma pluma na brisa?

– Não – admitiu ele. – Na verdade, só consigo ficar pensando na relação homem/asas.

– Relaxe. Eu não sofro um acidente aéreo há, hum, um mês pelo menos.

Odiando a piada, ele a fitou com olhos semicerrados.

– Que sorte a minha, a humorista de short apertado é o piloto.

– Desculpe. Apenas pensei que se você risse um pouco, poderia relaxar.

– Diga algo realmente engraçado e poderei relaxar. – Embora, ele duvidasse. Um ansiolítico ou uma dose de gim poderiam ajudá-lo a se acalmar. Ou as mãos daquela mulher. Daí novamente, se as mãos daquela mulher um dia pousassem em cima dele, tranquilidade certamente não serviria para descrever seu estado de espírito.

– Por que você não tenta fechar os olhos e simplesmente fingir que está em outro lugar?

– Fingir?

– Você sabe. Fantasiar. – A voz melódica, como se ela fosse um hipnotizador, o muniu com uma fantasia. – Você está em um carro, uma condução segura, subindo uma montanha em direção a um lindo hotel antigo.

– Tudo bem, isto não está ajudando.

Estou pensando em Jack Nicholson seguindo para o hotel em O iluminado.

Ela deixou um suspiro escapar.

– É uma estação de esqui exclusiva, glamourosa, não assombrada. Não há nada ao seu redor além de neve intocada, branquinha, céu azul, ar puro.

– Sujeitos com machados…

– Não me faça voltar lá!

– Está bem, está bem… – disse ele fazendo uma careta.

Joe fechou os olhos e tentou visualizar. Ele realmente criou uma fantasia. Mas não evocou nenhuma montanha. Nenhum carro. Nenhuma estação de esqui.

Uma gata usando um chapéu felpudo, short curtinho e esquis… isso foi o mais próximo que Joe conseguiu.

Ele suspirou. Não necessariamente porque era uma coisa ruim, mas porque a visão era tão sensual, que ele ficou um pouco tonto.

– Você não costuma usar sua imaginação. Eu já devia saber.

Ele abriu os olhos.

– Eu tenho imaginação.

– A-hã. Deixe-me adivinhar, na maioria das vezes você se imagina chegando à reunião de vendas seguinte ou fechando algum grande negócio.

Joe se remexeu um pouco, sem responder. Até ele se aproximar dela na pista, essa informação era bastante precisa. Desde então, porém, Joe começou a imaginar outras coisas. Mas dizer a ela que estava errada significaria ter de confessar tais pensamentos, coisa que ele não estava disposto a fazer… novamente, pelo menos não depois de uma hora na presença dela.

Embora duas horas lhe parecesse sempre uma opção melhor.

O avião deu um tranco de novo, rapidamente, para cima e para baixo. O estômago de Joe saltou com ele… pelo menos na subida. Ele não acompanhou todo o movimento e sossegou no lugar.

Joe sentiu seu rosto empalidecer.

– Acho que nós acabamos de atropelar um alce. Ou um esquiador perdido.

– Há um frigobar entre os assentos. Aparentemente você precisa de uma bebida. – Ela riu. – Ou de um calmante.

– Uau. Isso é que é atendimento de primeira classe.

– Brincadeirinha.

– Sim. Percebi isso – disse ele, ignorando a oferta. Ele não precisava de uma bebida. Só de uma distração.

Felizmente, uma das distrações mais sexies que ele já tinha visto estava sentada a poucos metros de distância.

Contanto que não se humilhasse vomitando no carpete do jato imaculado, ele tinha toda a intenção de desfrutar daquele voo na companhia de Demi.

E talvez mais que isso.

Afinal de contas, por que não deveria? Ele já havia gostado do senso de humor dela, da maneira competente com que ela lidava com os controles, da risada baixinha. Havia muito do que gostar naquela mulher além de suas pernas matadoras. Isso sem mencionar o restante do pacote físico. Ela era perspicaz e inteligente, astuta, esperta. Muita coisa para se gostar. Muita coisa para se desejar.

E ele poderia gostar dela, desejá-la… talvez até mesmo tê-la, sem nenhuma das complicações que surgiriam caso ele estivesse num raio de 80 quilômetros perto de casa. Lá ele nunca se sentia livre para fazer alguma coisa por nenhuma outra razão do que o fato de simplesmente querer. A ideia de afastar toda aquela responsabilidade momentaneamente, de aproveitar uma coisa boa e curtir intensamente só porque ele podia era incrivelmente atraente.

– Esta é sua primeira vez num avião fretado? – perguntou ela.

O avião sacudiu um pouquinho e Joe instintivamente agarrou os braços da poltrona.

– Está tão óbvio assim?

– Você tem aquele brilho dos iniciantes.

Hum. Será que os vampiros brilhavam? Porque ele imaginava que seu rosto provavelmente estivesse tão branco quanto o de um.

– Deve ser uma viagem muito importante.

Ele balançou a cabeça.

– Assim lhe parece, certo? Mas na verdade estou indo para uma festa de Dia das Bruxas.

Ela olhou por cima do ombro, surpresa. Joe acenou para ela olhar para a frente.

– Mantenha seus olhos na estrada, por favor.

– Não se preocupe. Não vou bater na traseira de um carro velho e lerdo na hora do rush.

Ele já ficaria feliz se ela não batesse na traseira de um ganso voando devagar.

Um ganso-do-canadá bem grande.

Ai, Deus, um desses tinha derrubado uma enorme avião, não tinha?

Pare de pensar nisto.

Certo. Ele tinha coisas muito melhores em que pensar. No modo como sua empresa familiar estava crescendo sob sua gestão, mesmo naquela economia ruim. No sucesso de sua primeira campanha nacional de marketing. Na casa que ele tinha acabado de reformar e que considerava sua fortaleza particular no meio do seu mundo maluco. Na piloto sensual usando short curtinho que ele ficava imaginando usando um par de esquis, e cujas curvas ele adoraria explorar. Coisas muito melhores.

– Então, festa de Dia das Bruxas, é? – comentou ela. – Se este é você fantasiado, como se veste normalmente? Quero dizer, na sua vida real, você é um motoqueiro que geralmente usa couro preto e correntes? Está vestido de empresário entediante só para esta ocasião?

Joe se inclinou para a frente, pousando os cotovelos sobre os joelhos, e olhou para o cabelo sedoso na parte de trás da cabeça dela.

– Cof, cof. Entediante?

– Foi uma piada. Eu só estava tentando distrair você.

Talvez. Ou talvez ela realmente o achasse entediante.

Ele deveria ter se sentido um pouco ofendido. Joe havia rechaçado a maioria das mulheres solteiras em sua cidadezinha natal desde os tempos de colégio . A maioria delas. Definitivamente, não rejeitara todas, pelo menos não até dois anos atrás, quando sua vida ficara tão descontrolada. E ele desfrutara de sua cota de flertes discretos ao longo dos anos. Poderia ter aproveitado o suficiente para se qualificar no status de meia dúzia de homens se quisesse. Suas irmãs estavam sempre falando sobre as maneiras com que as ávidas mulheres tentavam chamar a atenção dele.

É verdade, as mulheres em questão não eram mais meninas festeiras de 20 e poucos anos que tinham atravessado a porta giratória do quarto dele há alguns anos. Agora eram mulheres com uma carreira que enxergavam o empresário estável com boa renda e a reputação de um grande sujeito que ajudava sua família. Mas havia uma boa quantidade delas, e definitivamente não negariam se ele um dia começasse a chamá-las para sair.

Ele não era o sujeito mais lindo do universo, e desconfiava que o dinheiro que originado da cervejaria bem-sucedida da família fosse parcialmente responsável pela atenção. Mas ninguém jamais o chamara de entediante antes, isso era certo.

Droga, aquilo foi cruel.

E, caramba, ela estava certa. Para o inferno com todo aquele bombardeio mental sobre o sucesso dos negócios, e sobre quantas mulheres já o tinham seduzido. Sua vida pessoal era exatamente o que aquela bela mulher imaginou que fosse.

Entediante.

Cozido na mediocridade e mergulhado na mesmice, ele se permitira desaparecer em uma rotina bem diferente da que tinha imaginado para si. O tédio o agarrara pela gola de seu terno abafado e o obrigado a permanecer em sua caixinha formada por família, negócios, responsabilidades. Ele não tinha sequer tentado sair dessa caixa em muito tempo.

Talvez fosse a hora. Talvez ele devesse escutar sua tia-avó Jean: viver, enlouquecer um pouquinho, ter uma aventura.

Soava louco, algo impossível há algumas semanas, quando ela irrompera em seu escritório. Agora? Nem tanto. Principalmente porque de repente ele havia encontrado alguém com quem gostaria de enlouquecer um pouquinho.

Naturalmente, havia um obstáculo.

– Você é solteira? – perguntou direto ao ponto.

Ela retesou os ombros um tiquinho e hesitou. Então, com um leve bufar trêmulo que ele ouvira de sua poltrona, como se ela tivesse tomado alguma decisão, ela meneou a cabeça uma vez.

– Sim. Totalmente livre. Você?

– Na mesma situação.

Ele não ponderou mais. Ela podia até ter jogado a palavra entediante em cima dele, no entanto Joe havia notado o olhar de interesse em seus olhos antes de embarcarem. O leve arfar dela agora, e a súbita tensão de seu corpo curvilíneo sentado tão rigidamente na poltrona, lhe diziam que os pensamentos dela tinham tomado o mesmo rumo que os dele.

Ter uma aventura.

Parecia uma boa ideia para ele.

– Então… Você gosta de festas de Dia das Bruxas?
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Começando a maratona! A cada 2 horas (sim, eu sei que é muito tempo, mas assim dá tempo de mais pessoas verem) tem capítulo novo. Mas vocês tem que prometer que irão comentar, porque se não eu vou ficar muito triste e tristeza leva a sem mais maratonas.
xoxo e COMENTEM

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